Espiritualismo universalista é uma corrente de pensamento não-religiosa e anti-materialista, com tendências a pesquisa científica, que combina espiritualidade e universalismo. Insere-se no contexto do espiritualismo laico e ecumênico do final do século XX e início do século XXI. Sua tendência científica converge para as modernas pesquisas da Parapsicologia, que embora ainda muito limitada ao Paradigma Cartesiano, tem contribuído bastante e promete contribuir muito mais, com advento de novos equipamentos mais sensíveis e a coleta gradual histórica de informações mundiais.
[editar] Ideologia
Espiritualismo universalista consiste em ideologia baseada nas teorias do karma e da reencarnação, a favor de que cada indivíduo, em vez de aderir, com exclusividade ou primazia, a determinado credo, sistema, doutrina, instituto, guru ou movimento, faça sua síntese pessoal das diversas correntes de pensamento relacionadas à espiritualidade (religiões, filosofias espiritualistas e neociências transcendentais) e às demais expressões culturais da humanidade, a exemplo das manifestações da arte, da filosofia e da ciência em geral.
- Tem como corolários o ecumenismo, o pluralismo, o holismo, o universalismo, a multidisciplinaridade, a transdisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a cidadania planetária e cósmica. Simpatiza com a Psicologia Transpessoal.
- Opõe-se a posturas de sectarismo, exclusivismo, fanatismo e maniqueísmo. Valoriza a liberdade de expressão, o discernimento, a dialética e a exlética. Não sustenta detenção de posse da verdade relativa e/ou absoluta sob qualquer desculpa, justificativa ou alegação.
- Mantém afinidade com o que Huberto Rohden chamava de anarquismo cósmico, ou seja, o autogoverno do indivíduo, em consonância com as normas da Ética universal (também chamada de cosmoética), dissociado quer de transferência de responsabilidade a terceiros para lhe ditar o caminho evolutivo a trilhar, quer da submissão a “pacotes doutrinários”, inquestionáveis e petrificados, e ao controle de conduta por instituições e autoridades sacerdotais, gurulátricas ou equivalentes.
[editar] Princípios
Parte dos seguintes pressupostos:
- As religiões são criações do gênio humano e não imposições de Deus e dos espíritos;
- Não existe corrente de pensamento a monopolizar as verdades relativas ou absolutas de ponta;
- Há caminhos diferentes para se atingir a evolução espiritual, dentro e fora de religiões;
- Mais importa a conduta ética, amorosa e fraterna do que a ideologia, cosmogonia, fé ou organização religiosa (ou congênere) escolhidas;
- São contraproducentes e inócuas disputas por qual o melhor guru ou líder espiritual da humanidade;
- Todas as contribuições ao esclarecimento espiritual e consciencial são válidas e relevantes, merecem respeito e apreciação sem preconceito, devendo-se extrair de cada ideologia o que nela houver de proveitoso ao aprimoramento do indivíduo e da sociedade.
[editar] Brasil
- No Brasil, os precursores do espiritualismo universalista foram o filósofo e educador catarinense Huberto Rohden, tradutor do Novo Testamento, da Bhagavad Gita e do Tao Te Ching, ideólogo da filosofia univérsica, os advogados Hercílio Maes e mais recentemente, Carlos Alberto Tregnago, o primeiro, principal autor de obras atribuídas ao espírito de Ramatis, o segundo, de origem judaica, estudioso da Cabalá, e o radialista Alziro Zarur, fundador da LBV (Legião da Boa Vontade).
- O espiritualismo universalista brasileiro sofre acentuada influência das obras do escritor espiritualista italiano Pietro Ubaldi, do filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson, do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, do psicólogo transpessoal estadunidense Ken Wilber, do poeta libanês-estadunidense Khalil Gibran e de célebres personalidades do hinduísmo, notadamente Swami Vivekananda, Krishna, Rama, Gandhi, Sathya Sai Baba, Mahavatar_Babaji, Paramahansa Yogananda e Ramakrishna.
- Dentre os atuais adeptos brasileiros do espiritualismo universalista, figuram os pesquisadores e/ou projetores conscientes e médiuns Wagner Borges, Aldomon Ferreira, Laércio Fonseca, Lázaro Freire, Dalton Roque, Maísa Intelisano, Firmino José Leite, Paulo Stekel, que usa o pseudônimo Danea Tage, Roger Bottini Paranhos, Francisco de Carvalho, Rodrigo Romo, Norberto Peixoto e Giovanni M. Valdebenito.
- Revelam afinidade com o espiritualismo universalista as obras escritas por Jan Val Ellam, Adilson Marques, Nelson Vilhena Granado, Omraam Mikhaël Aïvanhov, Sérgio Nogueira Reis, José Hermógenes de Andrade Filho, assim como os ensinamentos supostamente ditados (psicografados) pelos espíritos de Ramatis, Sanat Khum Maat e Pai Joaquim de Aruanda.
- No Brasil, o espiritualismo universalista expandiu-se na década de 1990. O principal fenômeno cultural é a Voadores, a maior lista de discussão do mundo sobre espiritualidade e viagem astral (mais de 6.780 assinantes, ao final de dezembro de 2006).
- Os adeptos brasileiros do espiritualismo universalista são pessoas que professam espiritualidade de cunho laico e temporal ou que militam em meio religioso reencarnacionista. A maioria dos espiritualistas universalistas do Brasil tem em sua formação cultural e ideológica a influência de, ao menos, alguma destas correntes de pensamento: doutrina espírita, hinduísmo, Umbanda, Teosofia, Conscienciologia e esoterismo, não raro, estudiosos de orígem judaica, colaboram com o universalismo, através dos ensinamentos cabalísticos, repletos de ações de auto-conhecimento e conexão com o metafísico.